sábado, 12 de novembro de 2011

A moda dos móveis retrô


Como tirar proveito das peças antigas sem transformar a casa num museu
Luciana Vicária | 16.04.2011
Guilherme Pupo
Na sala do empresário paranaense Márcio Sasso, de 40 anos, o passado é iluminado por fitas de LED automatizadas. O foco é um sofá-carro rosa, réplica adaptada de um Chevrolet Bel Air, com banco de couro e peças cromadas, ícone dos anos 50. “Alguns objetos antigos têm história para contar”, diz o empresário, que encomendou também um jukebox (máquina de música dos anos 60 que funciona a partir de moedas). “É esse conteúdo que desejo trazer para o mobiliário de minha casa.”
Por trás da aquisição de objetos novos com cara de antigos – o estilo retrô – está a nostalgia de ícones que marcaram época, dizem os especialistas. “É como se esses símbolos emprestassem o significado do que foram para a casa onde estão”, diz o consultor americano Lino Levon, especialista em decoração retrô. Boa parte dos consumidores, no entanto, tem outra explicação para esse movimento: “O retrô é uma alternativa aos móveis pré-fabricados comuns à indústria de planejados atual”, diz Carmen Moura, que tem em sua casa uma porta feita com parte da asa de um caça modelo FW-190, usado na Segunda Guerra Mundial. “Hoje em dia, a gente visita as lojas de móveis e parece que tudo é igual.”
A demanda por réplicas fez crescer o mercado de imitações. Lojas modernas como Etna e Tok&Stok passaram a dar mais atenção a reproduções de mobiliários antigos. “O desenho pode ter algumas décadas, mas a tecnologia e os materiais são atuais”, diz Edson Coutinho, coordenador de design e tendências da Tok&Stok.
A loja Certas Coisas Vintage (certascoisasvintage.com.br), onde Sasso comprou seu carro-sofá, passou a vender não só peças novas com cara de velhas, mas também antiguidades: há longarinas de cinemas dos anos 50 e até cadeirões infantis da década de 20. São as peças vintage, objetos antigos conservados ou restaurados.
A moda não se restringe ao mobiliário. A Samsung vai lançar, em parceria com a Tok&Stok, uma TV de tubo inspirada em seus primeiros modelos, e a Brastemp está expandindo sua linha retrô.

   Divulgação
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Se adquirir a réplica ficou fácil, combinar o velho e o novo é o desafio. “O exagero pode transformar a casa em uma espécie de museu artificial”, diz João Livoti, da Desmobília (desmobilia.com.br). A estratégia, segundo ele, é colecionar, no máximo, meia dúzia de objetos antigos por ambiente. Ou eleger um cômodo da casa para investir no retrô. Às vezes nem é preciso se deslocar até a loja para aderir a essa moda. Móveis antigos herdados de parentes podem cumprir bem a função. E ainda preservam a memória da família.

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