sexta-feira, 11 de maio de 2012

Vintage


11/01/2011
Há alguns dias, em um bate-papo, percebi que eu não sabia muito bem o que significa a palavra “vintage”, em sua mais ampla acepção. Na minha cabeça tinha a ver com os anos 20, “respingando” para coisas com ar retrô de qualquer época e pronto. Mas na hora, no papo, pareceu que tinha mais caroço neste angu, então eu resolvi ficar na minha, fazendo a linha “aluna ouvinte”.
Como adoro coisas com ar retrô e detesto ficar com cara de paisagem durante um bate-papo (por mais informal que seja), resolvi dar uma pesquisadinha básica no estilo vintage e fazer um post aqui no Ouvidoria. Quem conhece o blog sabe que somos, além de doidos por design, doidos também por design vintage, retrô e todos os etcéteras e tais.
O que descobri é que o vintage basicamente recupera estilos de peças ícones, clássicas ou marcantes dos anos 20, 30, 40, 50, 60. Mais recentemente os anos 70 e 80 passaram também a ser incluídos, por alguns estilistas mais descolados, nessa contagem. Assim, pode-se ouvir por aí que um óculos escuros redondos, com as lentes azuis, tipicamente do flower power dos anos 70, são peças de estilo vintage. Maluco não? Eu juraria de pés juntos que isso não faria o menor sentido. Mas basta um passeio pelo mundo da moda pra ver que sim, os ícones setentistas e oitentistas (e pasme – até os noventistas!) estão no trem do “vintage style”.
No geral, junto a cadeiras com pés de palito e blusinhas bufantes em petit-pois, a figura que mais se “gruda” a essa denominação de estilo são as famosas “pin-ups”. Para lá e além das ditas cujas, temos Dita von TeeseBetty Boopsapatos Oxford, maiô engana-mamãe, Brigitte Bardot, carrões rabo-de-peixe, garrafinhas de Coca Cola, etc., que são as top delícias do estilo. E que atire o primeiro vinil de Barry White aquele que não se rende a todo este charme retrô.
Vale lembrar que, se você procurar o significado da palavra vintage no dicionário, não vai encontrar este papo todo de moda e estilo não. No Houaiss, por exemplo, o que surge é a palavra em sua designação de origem, que vem de VINT (relativo à safra de uvas) e AGE (idade). É aplicada à colheita de uvas (ano de safra) e às características de determinados vinhos do porto, de qualidade excepcional e proveniente de uma só colheita.De qualquer forma, o estilo vintage pode ser definido como um apanhado do que há de mais marcante nas décadas passadas. Uma tendência que está acima de modismos e que pode ser aplicada a vários setores além da moda, como decoração, mobiliário, música, artes plásticas e muito mais.
A ideia mais bacana do estilo vintage é trazer para o presente, com tudo o que a tecnologia pode proporcionar de bom, os detalhes mais marcantes de épocas passadas. Vale brincar com o saudosismo, sim, mas o olhar é para frente. A mistura do passado com o presente é que dá o maior charme a este estilo irresistível. Como esse pendrive aí da foto, em formato de Kombi.
Bom, isso foi o que percebi em minhas pesquisas (não muito aprofundadas, confesso). O que você achou? Adoraria ouvir a sua opinião.
Em tempo: a “bomba de gasolina” que abriu e está encerrando este post é na verdade uma cristaleira supermoderna e charmosa, que também é uma ice-box.

O que é Vintage e o que é Retrô?


Fonte: http://www.garotasmodernas.com/2012/02/o-que-e-vintage-e-o-que-e-retro.html



http://www.artgallery.wa.gov.au/exhibitions/images/Vintage_Barbie_9.jpg 
Barbies vintage
Imagem: Neil Taylor

A palavra Vintage, tão usada hoje em dia quando se fala de moda, tem origem na vinicultura.
Em 1746 a expressão Vintage (originária do francês antigo vendenge - que deriva da palavra latina vindēmia) passou a designar o “ano em que foi feito um vinho” e também um vinho de boa safra.
Para uma roupa, sapato ou acessório ser considerado Vintage, a peça precisa preencher alguns requisitos:
 ter sido produzida entre os anos 20 e os anos 80 (ou início da década de 90, já que alguns autores estipulam que a peça tenha pelo menos 20 anos)
 peças anteriores ao período são consideradas como antiguidades e as posteriores ao período são designadas como roupas ou acessórios de segunda-mão
 deve representar um instante da moda e ser capaz de traduzir um estilo próprio ou a marca de um estilista
 não pode ter sofrido transformação alguma
 precisa estar em perfeito estado
Já o termo Retrô se aplica às peças que tem inspiração em décadas passadas mas que são produzidas atualmente.
De forma prática Vintage é aquilo que conseguimos garimpar em um brechó ou no armário das nossas avós, já Retrô é uma peça nova com inspiração em outra época.
E você, garota moderna, tem alguma peça vintage ou ama o estilo retrô?

Móveis inspirados em baús vintage dos anos 70

Fonte: http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Common/0,,EMI88472-16802,00-MOVEIS+INSPIRADOS+EM+BAUS+VINTAGE+DOS+ANOS.html

Coleção da marca Graham and Green lembra os baús de viagem vintage

Marcela Farrás
Já imaginou seu quarto todo decorado com móveis que remetem àqueles baús de viagem antigos, muito usados nos anos 70? A grife de design britânica Graham and Green – que surgiu exatamente naquela década – investiu em uma coleção inteira inspirada nas peças vintage. Revestida com couro sintético, a série Orient Express conta com penteadeira, caixa para joias, armário e um gaveteiro com rodinhas.
No valor de 537 libras, a penteadeira (122 x 76 x 48 cm) tem duas gavetas, tampa com espelho embutido e compartimento interno. A caixa para joias (28 x 21 x 21 cm), que custa 125 libras, oferece espaço suficiente para que todos os acessórios sejam guardados e alguns até escondidos.
 Divulgação
Penteadeira (à esq.) e caixa de joias (à dir.) da marca Graham and Green
O gaveteiro (52 x 128 x 41 cm) possui quatro gavetas e um compartimento superior também com espelho embutido. Com preço definido em 855 libras, ele só perde o posto de peça mais cara da coleção para o armário (56 x 153 x 53 cm), que custa 995 libras e conta com quatro gavetas, espaço para pendurar roupas, abertura superior e rodas.
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Gaveteiro (à esq.) e armário (à dir.)
Com cinco lojas em Londres e uma em Greenwich, a Graham and Green garante entrega entre duas e três semanas após a solicitação. O público também pode comprar pela internet, mas, mesmo para dentro da Inglaterra, há uma taxa de entrega para o transporte correto do mobiliário.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Cadeira Thonet: 150 anos de história


Ela nasceu em 1859, mas continua atual e brilhando na decoração de casas, bares e restaurantes do mundo

Por Natalie Antar
 Divulgação
A tradicional cadeira Thonet com assento de palha custa
R$ 718 na Isto é Brasil
Com século e meio de vida e mais atual do que nunca! A primeira cadeira produzida em massa nasceu em 1859, na cidade de Viena, na Áustria, pelas mãos de Michael Thonet. Seu design simples, funcional e econômico resistiu ao tempo. Hoje, aos 150 anos, completados neste ano, o modelo 214 (como é conhecida a primeira Thonet) continua na moda. A madeira envergada e o assento de palha sempre foram os trunfos da marca. A peça passou a ser sinônimo de elegância e conquistou, além de casas, muitos bares e restaurantes ao redor do mundo. A empresa, sob comando da quinta geração da família, ainda produz móveis assinados por Michael Thonet, mas nada faz tanto sucesso quanto o design do modelo 214.

"A cadeira virou objeto de desejo desde o momento em que foi lançada no mercado e continua assim até hoje", conta o empresário Wilson Gruman, sócio da Isto é Brasil, loja que representa a marca em São Paulo. "Ela é sucesso por vários motivos: pela praticidade, beleza, leveza da madeira e pelos traços suaves", completa.

Segundo Gruman, atualmente existem variações do modelo, mas a essência Thonet continua a mesma. "O original é com o assento de palha. Hoje temos assento de madeira ou de tecido. Outra adaptação são as cores. É possível encontrar o modelo na cor dourada, amarela, vermelha, azul, entre outros tons."
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Variações do modelo 214
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Algumas etapas do processo de montagem da Thonet no site oficial
Um pouco de história
Michael Thonet participou da história do mobiliário do século XIX por suas perfeitas formas curvas feitas com madeira, matéria-prima padrão de seu trabalho. Ele conseguia o formato curvilíneo por meio de um processo de aquecimento e molde da madeira – patenteado em 1856 –, tornando-o o maior e melhor produtor de madeiras curvas. Além disso, havia outra particularidade no mobiliário Thonet: as cadeiras eram desmontáveis. Isso traduzia bem o conceito da Revolução Industrial, que estava em seu apogeu na época. Outra característica marcante de seu mobiliário é o “estofamento”. O encosto e o assento são geralmente feitos de palha entrelaçada. Suas “cadeiras de vovó” revolucionaram o sistema de produção e trouxeram um conceito novo do sentar. Com 150 anos, mas com corpinho e design atuais.
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Imagens do site oficial divulgando a Thonet na época de seu lançamento
 Divulgação
Arte com Thonet: parede de um bar na cidade de Pamplona, na Espanha

A banheira vai para a sala em forma de poltrona e chaise

Fonte: http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Common/0,,EMI100832-16802,00-A+BANHEIRA+VAI+PARA+A+SALA+EM+FORMA+DE+POLTRONA+E+CHAISE.html

Peças sanitárias antigas se transformam em móveis diferentes para a sala
Por Casa e Jardim Online
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chaise Max, da marca de design ecológico Reestore
Vai aposentar sua banheira? Antes de jogá-la no lixo, pense duas vezes, pois ela pode se transformar em um móvel que deixará sua sala com um visual original. Os designers da marca britânica Reestore, focada em design ecológico, repaginaram uma banheira vintage e criaram uma chaisediferente, que ganhou o nome de Max. Feita de ferro, a peça teve uma das laterais recortada e recebeu tinta verde na parte externa. Para tornar o móvel mais confortável, almofadas revestidas com tecido estampado foram colocadas no assento e no encosto de cabeça.

Os designers israelenses Naama Steinbock e Idan Friedman, da Reddish, também criaram um móvel diferente com uma banheira de plástico fora de uso. Para fazer a poltrona Bath & beyond, eles dividiram a peça em duas metades, fizeram os cortes, as dobras e os acabamentos necessários, além de acrescentar as pernas de aço.
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Os israelenses da Reddish transformaram a banheira de plástico
em poltrona
chaise pode ser comprada pelo site da Reestore por 1.850 libras – cerca de R$ 5.200 – e a poltrona da Reddish tem preço sob consulta.


Caixotes coloridos viram móveis para decorar a casa


Designer cria móveis modernos inspirados nos caixotes usados para transportar frutas, verduras e legumes. Linha ganhou o nome de Tangerina

Por Casa e Jardim Online
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Há quem diga que o tempo das feiras de rua já passou, uma vez que muita gente prefere o conforto dos supermercados e hortifrutis espalhados pelas cidades. Para o design, no entanto, as tradicionais barracas ainda rendem muitas ideias. Foi inspirado noscaixotes usados para carregar as frutas, os legumes e as verduras que o designer paulistano Mutza criou a sérieTangerina, que tem móveismodernos, práticos e lindos para a casa toda. Em vez de ripas de madeira, como os caixotes de verdade, as peças são feitas com MDF laqueado de diversas cores. Além da caixa avulsa, Mutza também assina estantes, mesinhas de centro, cômodas e aparadores, entre outras peças. Veja alguns exemplos:
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Criado-mudo com pés de madeira
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O aparador tem duas caixas coloridas e pés de metal
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A estante é formada por várias caixas
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As caixas em forma de mesa de centro

Beleza revitalizada

Fonte: http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Common/0,,EMI120856-16937,00-BELEZA+REVITALIZADA.html


Designer italiano restaura objetos velhos e os transforma em peças de decoração

Por Casa e Jardim Online
Luca Scarpellini, designer da marca italiana useDesign, tem apenas 27 anos, mas um talento inato para transformar sucatas recolhidas do ferro-velho, do mercado de pulgas ou achadas na rua em peças dedecoração coloridas e inusitadas. A fusão de uma cúpula, uma balança e um relógio, por exemplo, pode se transformar em um abajur estilizado (ao lado), pronto para ser cobiçado por quem gosta de peças customizadas. E o melhor é que elas são exclusivas, já que é praticamente impossível criar dois modelos iguais utilizando matérias-primas variadas que vieram praticamente do lixo. Observe, abaixo, que todas as peças foram cuidadosamente pintadas e reformadas, dando a impressão de serem novas.


Cafeteiras coloridas se transformam em abajures
Um megafone e um secador de cabelos se transformam em luminárias
Ganchos customizados e divertidos

Café vintage resgata atmosfera industrial


Fonte: http://casavogue.globo.com/interiores/cafe-vintage-resgata-atmosfera-industrial/

Logo pela fachada já é possível perceber que o recém-inaugurado café Atelier Mecanic está longe de ser uma cafeteria convencional. Com o logo formado por antigas ferramentas garimpadas e enormes portas industriais de ferro pintadas em um belo tom de azul, o conjunto evoca um estilo industrial-chic, que desperta curiosidade.
Em seu interior, um clima vintage toma conta dos 70m² do espaço. Os tons de cinza e o piso de concreto se misturam a cadeiras e mesas que não se repetem, criando uma atmosfera casual e cheia de estilo em que cada peça, todas originais do anos 1950-1970, parece ter uma história para contar. Junto disso, uma série de objetos, pôsteres da época do boom industrial e maquinários desativados relembram o antigo uso fabril do espaço. Destaque para uma antiga máquina têxtil alemã, que recebeu um tampo de madeira e foi convertida em mesa.
O inusitado café está localizado em Bucareste, Romênia, e foi projetado pelo jovem arquiteto local Corvin Cristian. (BRUNO SIMÕES)

Vintage colors


29/09/2011
Passeando pela Internet a gente encontra sempre uma coisa bacana, impressionante. Descobri, através do designer de interiores Fernando Rigotti (outro apaixonado pelo estilo vintage), o site Antique Home Style. Muito show. Lá encontrei algumas imagens de projetos de decoração de cozinhas, com estudos de cores. Achei superinspirador e resolvi compartilhar com meus amigos designers, decoradores, arquitetos, produtores de moda, diretores de arte…
Vejam que combinações de cores sofisticadas. Quanta simplicidade, quanta delicadeza nos detalhes, quanta ousadia, quanto referencial de afetividade. Certeza de que temos aqui algumas dicas muito preciosas para vários estilos de trabalho! Que tal dar um toque vintage naquele projeto, hein? Ou fazer novas paletas e cores naquele make? Ou colocar pitadinhas kitsh no próximo look primavera verão de seu editorial?
Acho muito legal este astral vintage. Sempre curti a ideia de revisitar o passado, vê-lo comoutros olhos. O mais interessante é que certas imagens retrôs abrem possibilidades deliciosas para o futuro.
Aposto que você adoraria ter, neste momento, uma cozinha novinha em folha para decorar.

sexta-feira, 30 de março de 2012

No túnel do tempo


Hedeson Alves/Gazeta do Povo / O casal Victor Rodder e Danielle Bonatto em sua sala toda decorada com móveis dos anos 1950: casa mistura formas contemporâneas com móveis e objetos garimpados nos brechós e casas de parentesO casal Victor Rodder e Danielle Bonatto em sua sala toda decorada com móveis dos anos 1950: casa mistura formas contemporâneas com móveis e objetos garimpados nos brechós e casas de parentes
COMPORTAMENTO
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/viverbem/conteudo.phtml?tl=1&id=1169769&tit=No-tunel-do-tempo 

No túnel do tempo

Lambretas, jukeboxes e cílios postiços voltam à moda e inauguram uma onda retrô, que mistura de um jeito divertido estilos e modas de décadas diferentes e os dias de hoje
Preparem-se para uma viagem ao túnel do tempo. Aos que têm menos de 30 e poucos, um aviso: nas páginas seguintes, vão desfilar personagens que juram que o passado guarda surpresas e delícias sem equivalentes nos dias de hoje. Cinturinhas de vespa, cílios postiços, saias rodadas, o bom (e velho) cabelão black power e até uma poltrona com pés palito voltam a ser “da hora”. Desta hora, diga-se de passagem.
Não dá nem para definir uma década-tendência. A moda é ser, estar ou ter alguma coisa retrô no meio de um contexto atualíssimo. A graça está em ser uma pin-up de corset e calça jeans na balada ou falar em paz e amor nos tempos de relações virtuais.
Juliana Robin/Arquivo pessoal
Juliana Robin/Arquivo pessoal / Genise Strappazzon Ballura segue o estilo pin-up: “Acho essa estética superfeminina. Ela valoriza o corpo, é clássica, não há como alguém olhar e achar feioAmpliar imagem
Genise Strappazzon Ballura segue o estilo pin-up: “Acho essa estética superfeminina. Ela valoriza o corpo, é clássica, não há como alguém olhar e achar feio
Pare a Delorean, que eu quero descer!
Olhar o vinil rodando no toca-dicos sempre foi, para o ator e músico Marcos Neguers, 30 anos, uma viagem no tempo. Era isso e os ensaios e apresentações do pai, que tinha uma banda de baile, quando dormia debaixo das caixas da bateria.
“Sou um sucesso entre as vovós”
Volverine de costeletas devidamente aparadas, vestido de jeans, camiseta branca ou preta e jaqueta de couro no melhor estilo rebelde da motocicleta, Joaquin Presas, designer, 39 anos, espantou-se quando um aluno o tachou, assim na lata, de “modernoso”. “O quê? Não estou nem sou moderno.
É esse contraste de estilos que chama a atenção quando al­guém se depara com o advogado e músico Victor Rodder, 37 anos, num dos corredores do Tribunal de Justiça de terno, gravata slim, sapatos bicolores e um indefectível topete. Isso tudo, culpa de Little Richards – cantor, compositor e pianista norte-americano que fez sucesso entre os anos 1950 e 1960 – que Victor “conheceu” aos 16 anos. “A música do cara me arrepiou. E aí fui entendendo a estética musical que eu sempre gostei, mas nunca soube o nome e de onde vinha. Com isso veio a jaqueta de couro, o jeans, a camiseta branca”, conta ele.
Desde então, soube que fazia parte da cultura rockabilly, e, como tal, não demorou a se apaixonar por Danny Doll – ou seria melhor dizer Danielle Bonatto, uma empresária de 35 anos? O roteiro parece de filme: eles se conheceram na lanchonete Peggy Sue, curtiam a mesma estética, casaram e viveram felizes para sempre. Detalhe: numa casa que mistura formas contemporâneas com móveis e objetos garimpados nos brechós e casas de parentes. “Minha mãe, no começo, achava que casa tinha de ter coisa nova. Com o tempo, ela acostumou com a ideia e passou a nos avisar quando achava alguma ‘velharia’ por aí”, brinca Danielle.
Entre os vários objetos da casa, dois xodós: a geladeira “cinquentinha” com interior rosa-bebê e o sofá bicolor. “Quando Danielle encontrou a geladeira na Rua Riachuelo, fez um escândalo e me ligou. Eu disse que depois de tanta gritaria, o vendedor da loja aumentaria o preço e, por isso, eu iria lá mais tarde. Aí resolvi fazer uma surpresa. Fui à loja e, ao voltar para casa, disse que já haviam vendido. Meses depois, ela encontrou a geladeira no meu escritório, toda reformada. Ficou furiosa, mas tudo passou quando contei que era o presente de aniversário dela...”, conta Victor. “Com o sofá foi a mesma coisa, só que quem penou foi o Victor”, brinca Danielle.
Sobre a tendência retrô que anda por aí, os dois divergem um pouco. Ele acha que a moda “banaliza” a cultura de época. Ela, no entanto, está feliz com a facilidade para encontrar produtos desse tipo no mercado – e a preços muito melhores. “Antes, eu tinha de importar tudo, dos corsets aos rolinhos para fazer os cabelos tradicionais das pin-ups. Hoje o acesso está facilitado. Fora isso, acho que todo mundo tem o direito de curtir essa estética, assim como nós um dia resolvemos fazer. Não sou tão purista quanto o Victor. Gosto muito dos anos 1950, trabalho como pin-up, mas o meu tempo é o aqui e o agora”, diz ela.
Até na hora do sim
Outra que aderiu aos corsets, delineador nos olhos e saias justinhas foi a sommelier Ge­­nise Strap­­pazzon Bal­­lura, 33 anos. Há pelo menos 11 anos, ela e seu fiel costureiro fazem réplicas de vestidos de época e, há 7, Genise faz fotos como pin-up. “Acho essa estética superfeminina. Ela valoriza o corpo, é clássica, não há como alguém olhar e achar feio. Me sinto bem de cinta-liga, espartilho e cabelos com rolls”, diz ela, que hoje não só atua como modelo, mas também faz a produção toda das fotos inspiradas nos anos 1950. “Até quando vou trabalhar, dou um jeito de fazer referência ao estilo pin-up. Seja nas unhas em meia-lua, na franja virada para dentro, no lencinho segurando os cabelos ou no batom vermelho”, conta Genise que, no seu casamento, foi de pin-up, com direito a figurino completo e noivo a caráter. “Agora estou preparando o enxoval da minha filha, com muitas roupas de bolinha...”